Na sessão de tomada de posse dos novos deputados das duas bancadas, a presidente da Assembleia da República de Moçambique, Margarida Talapa, salientou o papel do parlamento como local de "excelência do debate político para geração de consensos, para uma convivência harmoniosa", com respeito pela diversidade.
"O tempo urge para participarmos com todas as nossas energias na pacificação da sociedade moçambicana", disse Margarida Talapa, apelando à adoção de uma nova postura por parte do parlamento, para "mostrar resultados diferentes".
"A Assembleia da República tem que ser a digna representante de todos os moçambicanos", frisou.
Foram hoje empossados para a décima legislatura sete dos oito deputados da bancada do MDM e 27 dos 28 da Renamo.
José Manteiga, recém empossado deputado da Renamo, explicou, à margem da reunião, que o partido decidiu tomar posse, depois da ausência da sessão que marcou a investidura dos novos eleitos, no passado dia 13, para a proteção e defesa dos interesses do povo.
"Hoje tomamos posse porque estamos certos de que os moçambicanos devem ser defendidos. Os interesses dos moçambicanos devem ser protegidos, os superiores interesses da nação moçambicana devem ser defendidos", disse.
Por outro lado, para Fernado Bismarques, do MDM, os deputados devem responder aos anseios do povo.
"Foi-nos emprestados temporariamente este poder pelo povo soberno", concluiu o deputado.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique marcou para o passado dia 13 de janeiro a investidura dos deputados à Assembleia da República eleitos nas eleições gerais de 09 de outubro. No entanto, os partidos Renamo e MDM não estiveram presentes na cerimónia de tomada de posse dos parlamentares.
Nessa cerimónia de investidura estiveram presentes 210 deputados eleitos, 171 dos quais da bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e 39 do Partido Otimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (Podemos).
A Frelimo venceu as eleições para o parlamento moçambicano com maioria absoluta, garantindo 171 deputados, com o estreante Podemos a eleger 43, destronando a Renamo na liderança da oposição, de acordo com a proclamação dos resultados, em 23 de dezembro, pela presidente do Conselho Constitucional (CC), Lúcia Ribeiro.
O processo em torno das eleições gerais ficou marcado nos últimos dois meses e meio por tensões sociais, manifestações e paralisações, numa contestação dos resultados eleitorais que já provocou pelo menos 315 mortos e cerca de 750 feridos a tiro.
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