O cabeça de lista do PS às eleições de domingo na Madeira apelou, esta segunda-feira, à concentração dos votos nos socialistas para "quebrar o enguiço" e permitir que a região tenha um Governo responsável e que "dure quatro anos".

"Os madeirenses querem um Governo que dure quatro anos, que seja responsável, e tenho notado de dia para dia neste contacto que temos feito com as pessoas que há uma vontade de fazer diferente, um sentimento de mudança que anda nas ruas", afirmou Paulo Cafôfo, em declarações aos jornalistas no Funchal, antes de um pequeno passeio pela parte mais antiga da cidade.

Relatando uma conversa que tinha tido momentos antes com "a senhora Fátima", Paulo Cafôfo contou que a eleitora lhe disse que "sempre votou no PSD e que agora ia votar no PS para quebrar o enguiço", porque a Madeira não pode continuar "na mesma, com os mesmos e sempre com eleições".

"É este o sentimento", salientou, apelando à concentração de votos no PS.
"É isso que nós precisamos, de convergir os votos para o PS", insistiu, considerando que votar no PSD não trará estabilidade, "nem um Governo duradouro".

Mas, acrescentou, votar em outras forças também não, porque o que já se viu é que acabam ou por se juntar ao PSD ou então nem sequer elegem deputados e, nesse caso, está-se "a desperdiçar votos".

Abstenção nas eleições regionais? Os madeirenses "querem pôr um ponto final"

Questionado se teme a abstenção nas eleições regionais antecipadas de domingo, o candidato socialista, que é também o líder do PS/Madeira, respondeu negativamente, argumentando que acredita que os madeirenses "querem pôr um ponto final".

"É hora de experimentar e de nos darem uma oportunidade", defendeu, reiterando que o PS está disposto a estabelecer entendimentos pós-eleições que possam garantir "um Governo para quatro anos".

Depois da conversa com os jornalistas, Paulo Cafôfo partiu da zona junto à estátua de João Gonçalves Zarco, na placa central da Avenida Arriaga, para percorrer algumas ruas nas proximidades, distribuindo pequenos 'flyers' com a sua fotografia de um lado e, no verso, uma simulação do boletim de voto com o PS destacado na oitava posição e a "cruzinha" já feita.

"Quando é que isto acaba", questionou um idoso à porta de uma florista, interpelando diretamente o candidato socialista.

"Já sabe que com o PSD é de seis em seis meses", respondeu Paulo Cafôfo, referindo-se ao facto de ser a terceira vez em cerca de ano e meio que a região vai a votos, depois das regionais de setembro de 2023 e das antecipadas de maio do ano passado.

Atrás, cerca de duas dezenas de apoiantes, iam distribuindo canetas, ensaiando o slogan "Nós só queremos Cafôfo a presidente, nós só queremos Cafôfo a presidente".