1 – Trump em posição melhor que em 2016 e 2020

Se as sondagens estiverem certas (só a 5 de novembro saberemos) Donald Trump está numa posição mais forte nesta corrida de 2024 do que estava nas eleições de 2016 e 2020 pela mesma altura, a três semanas das respetivas eleições.

Mesmo estando atrás de Kamala Harris nas sondagens nacionais, a diferença é mais curta do que era há quatro anos para Biden e mesmo há oito anos para Hillary. Se voltar a haver o tal “voto oculto” em Trump (uma percentagem na casa dos 4 a 6% de apoiantes republicanos que se recusam a responder a sondagens ou, então, respondendo, em dizer a verdade), então poderemos ter a 5 de novembro a surpresa de ver uma vitória clara de Trump.

Durante um comício na quarta-feira em Reading, Pensilvânia, Trump afirmou que uma pesquisa mostrava uma vantagem de 3 pontos percentuais no estado de Keystone, "o que provavelmente significa 10". Mas isso está longe de ser um dado adquirido. O que aconteceu em 2016 e 2020 pode não voltar a acontecer nos mesmos moldes.

2 – Para que lado vão errar as sondagens, desta vez?

Os republicanos vão sempre aparecer sub-representados nas sondagens? Nada disso. Em 2022, nas intercalares, não foi isso que aconteceu. Nessa eleição, os candidatos a congressistas e senadores republicanos surgiram melhor nas sondagens do que, depois, no resultado final.

Para estas eleição 2024, os investigadores mudaram as suas metodologias, em parte para ter em conta os eleitores “ocultos” de Trump, incluindo pessoas que planeiam votar nele, mas não querem dizê-lo publicamente, ou outros apoiantes que são difíceis de encontrar através de métodos tradicionais de votação, como chamadas telefónicas. Além disso, diferentes grupos de eleitores estão a mostrar mais sinais de uma maior participação nas eleições devido a novas questões, desde leis anti-aborto ao aumento do custo de vida.

Na média da Real Clear Politics, ao dia de hoje, Kamala Harris tem uma vantagem de 1,7% sobre Trump. Nas últimas três: empate na NBC News (48/48), vantagem Kamala na ABC News (50/48) e na CSB News (51/48). Nesta altura, há quatro anos, Biden tinha uma vantagem de 10,3 pontos percentuais sobre o então presidente Trump na média nacional do RCP; Biden conquistou os votos populares e eleitorais por margens muito menores (+4.5%).

Em 2016, a candidata democrata Hillary Clinton liderava a média nacional do PCR em 6%. Em 2016, Clinton venceu Trump no voto popular por 48,2% para 46,1%. Trump, no entanto, venceu o Colégio Eleitoral por uma margem de 30 Grandes Eleitores. Quatro anos depois, Biden venceu Trump no voto popular por uma margem maior, 51,3% a 46,9%. E conquistou o Colégio Eleitoral por 306-232.

Uma interrogação: Será que, desta vez, as sondagens vão acertar?

Estados decisivos:

Carolina do Norte -- Trump 49 / Kamala 48 (The Hill/Emerson, 5 a 8 out)

Nevada -- Trump 49 / Kamala 43 (Wall Street Journal, 28 set a 10 out)

Arizona -- Trump 49 / Kamala 47 (The Hill/Emerson, 5 a 8 out)

Voto popular:

Kamala 51 / Trump 49 (Reuters/Ipsos, 4 a 7 outubro)