
Os dois homens, de 41 e 51 anos, detidos pela Guarda Nacional Republicana (GNR) numa operação de grande escala ao jogo ilegal, são suspeitos de serem os principais responsáveis pela gestão e apoio técnico de um esquema que envolvia a exploração de jogos de fortuna e azar sem licenciamento, tanto em espaços físicos como através de plataformas digitais.
"Estamos a falar de quem geria toda a operação e de quem assegurava o suporte informático das aplicações ilegais de jogo online", destacou o Major Tiago Felizardo, porta-voz da GNR.

A operação, conduzida pelo Comando Territorial da Madeira, resulta de uma investigação em curso há cerca de um ano e, de acordo com o Major trata-se da maior operação deste género na Região. "No combate ao jogo não é a primeira vez que se realiza na Madeira, porque já temos apreensões efectuadas em anos anteriores, mas com esta envergadura, com este tipo de pessoal, é a primeira vez ", realçou.
Ao todo, estiveram envolvidos 115 militares da GNR, de unidades da Madeira e também do continente, como o Porto, Coimbra, a Unidade de Acção Fiscal, a Unidade de Controlo Costeiro e a Unidade de Emergência, Protecção e Socorro.
Artigo relacionado: Dois homens detidos por exploração de jogo ilegal no Funchal
Foram realizadas sete buscas domiciliárias e 30 não domiciliárias, incidindo sobretudo em estabelecimentos comerciais distribuídos por vários concelhos da Madeira e também do Porto Santo. No decorrer da acção foram apreendidas dezenas de máquinas ilegais, muitas delas disfarçadas de equipamentos de venda automática, que permitiam aceder a jogos de roleta e apostas clandestinas através de códigos ocultos.
"Algumas funcionavam como roletas, onde se inseria uma moeda esperando um prémio. Outras simulavam ser máquinas de venda de chocolates: o utilizador introduzia uma moeda e recebia um chocolate, mas através da introdução de um código PIN, o equipamento era transformado numa máquina de jogo", explicou o responsável da GNR, acrescentando que são máquinas que, normalmente, estavam acessíveis ao público, mas nem sempre disponíveis. "Todos têm 'modus operandi' diferente de disponibilizar, mas poderá haver aqui situações em que, em determinadas horas do dia, é que elas estariam disponíveis abertamente ao público", acrescentou.
Além dos dois detidos, 25 pessoas foram constituídas arguidas por ligação à posse ou disponibilização das máquinas ilegais. Os proprietários dos estabelecimentos estão igualmente a responder judicialmente e foram sujeitos a medidas de coação, nomeadamente termo de identidade e residência.
"Este processo combina com esta apreensão, com a recolha de prova toda que já foi feita até agora e com algumas fiscalizações que também estão associadas a outros 30 estabelecimentos que estão a ser fiscalizados. Portanto, agora nesta parte também serão eles fiscalizados", concluiu.