O desmatamento diminuiu em todos os macroecossistemas (biomas) do Brasil em 2024, pela primeira vez em seis anos, um desenvolvimento encorajador a poucos meses de o país sediar a COP30, a conferência climática da ONU.

A área total desmatada durante o ano no país sul-americano foi de 1,24 milhão de hectares, menos 32,4% do que no ano anterior, de acordo com o último relatório da rede de monitorização MapBiomas, publicado hoje.

Em 2023, houve uma queda de 11% na área desmatada em relação ao ano anterior, segundo esta rede de ONGs, universidades e empresas de tecnologia, que começou a registar dados em 2019.

No entanto, como em 2024, essa redução não se aplicou a todos os biomas.

Os resultados hoje divulgados são uma boa notícia para o governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se comprometeu a erradicar o desmatamento ilegal até 2030.

O coberto vegetal é essencial para absorver o dióxido de carbono da atmosfera, e sua destruição agrava o aquecimento global.

O Presidente brasileiro espera que a COP30, que se realizará em novembro na cidade de Belém, na Amazónia, se salde por um impulso real ao empenho dos países na luta contra as alterações climáticas.

Apesar dos avanços, o Brasil ainda perde uma média de 3.403 hectares de vegetação por dia.

O vasto território brasileiro contém biomas com características únicas em termos de clima, vegetação, flora e fauna: a Amazónia, a Mata Atlântica, o Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e a Pampa.

Na Amazónia, a maior floresta tropical do planeta, a exploração madeireira destrói, em média, 1.035 hectares por dia, ou seja, "cerca de sete árvores por segundo", refere o relatório.

As áreas protegidas também registaram melhorias significativas. Até 2024, dois terços das terras indígenas estarão livres de desmatamento.

Entre 2019 e 2024, o Brasil perdeu uma área de floresta do tamanho da Coreia do Sul, ou seja, 9,88 milhões de hectares. Dois terços desse desmatamento ocorreu na Amazónia.