
O número de mortos do terramoto de magnitude 7,7 que atingiu Myanmar ultrapassou os 2.700, com milhares de feridos, mas foi encontrada esta terça-feira uma sobrevivente, anunciaram as autoridades do país do Sudeste Asiático.
O chefe da Junta Militar, general Min Aung Hlaing, disse num fórum na capital, Naypyidaw, que 2.719 pessoas foram encontradas mortas, com 4.521 feridos e 441 desaparecidos, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP). Mas as equipas de salvamento continuam a encontrar sobreviventes e retiraram esta terça-feira com vida uma mulher de 63 anos dos escombros de um edifício em Naypyidaw.
Os bombeiros de Naypyidaw informaram que a mulher foi retirada dos escombros 91 horas depois de ter ficado soterrada quando o edifício ruiu na sequência do sismo de sexta-feira, noticiou a AP.
Milhares de sobreviventes do sismo de Myanmar estão a dormir nas ruas e sem acesso a necessidades básicas
Após 72 horas probabilidade de encontrar sobreviventes é pequena, avisam os peritos
Com muitas áreas atingidas pelo terramoto de sexta-feira ainda não alcançadas pelas equipas de salvamento, espera-se que o número de vítimas continue a aumentar. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 10.000 edifícios desabaram ou ficaram gravemente danificados no centro e noroeste de Myanmar.
O terramoto também abalou a vizinha Tailândia e provocou a queda de um edifício em construção, soterrando muitos trabalhadores. Dois corpos foram retirados dos escombros na segunda-feira e outro foi recuperado esta terça-feira, mas dezenas de pessoas continuavam desaparecidas.
O balanço em Banguecoque era esta terça-feira de 21 mortos e 34 feridos, principalmente no local da construção. A ONU disse esta terça-feira que tem conseguido mobilizar ajuda vital para a população afetada, sem bloqueios das partes envolvidas na guerra civil em curso desde que os militares tomaram o poder em 2021.
"Até ao momento, conseguimos mobilizar o pessoal e o material que temos no país", disse o coordenador humanitário da ONU na antiga Birmânia, Marcoluigi Corsi, numa teleconferência a partir de Rangum. Corsi disse, no entanto, que o material provém dos recursos que a ONU tinha planeado utilizar para as vítimas do conflito armado.
"Temos de pensar em reabastecer estes fornecimentos", afirmou, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Sobre as preocupações de que a ajuda seja desviada pelo governo para áreas afetadas sob o seu controlo, Corsi disse que existe um sistema de monitorização e controlo da ajuda. Tal sistema informa constantemente sobre o que está a ser distribuído e onde, referiu, acrescentando que não foram observados problemas deste tipo até agora.
As autoridades de Myanmar afirmaram que mais de 8,5 milhões de pessoas foram diretamente afetadas pelo sismo que atingiu a região centro-norte do país na sexta-feira.