"A estrutura mantém-se no aeroporto, está a ser gerida diretamente pela ANA Aeroportos e o objetivo é manter-se até haver uma regularização da situação a nível das pessoas que ficaram retidas no aeroporto. (...) Será pelo menos até ao dia de amanhã [quarta-feira]", disse hoje à Lusa o coordenador nacional de emergência da CVP.

Gonçalo Órfão explicou que 200 camas foram montadas numa zona adjacente ao Terminal 1, em articulação com o Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa e o Serviço do Comando Regional de Proteção Civil de Lisboa e Vale do Tejo.

"Mobilizámos inicialmente 400 camas, foi o pedido inicial, mas depois na prática foram montadas 200 camas, foram necessidades evidenciadas, com o recurso a 18 operacionais e três viaturas, que deram apoio a montar esta estrutura", salientou.

Questionado sobre quantas pessoas pernoitaram na estrutura da CVP na noite passada, o responsável observou que "todo fluxo aeroportuário é dinâmico" e que, por isso, não há números exatos, mas que "passaram centenas de pessoas".

"O objetivo foi criar um espaço de repouso adicional para as pessoas que tiveram de pernoitar no aeroporto", vincou.

Numa publicação na rede social Instagram, a CVP indicou que garantiu "conforto e abrigo temporário a cerca de 540 pessoas".

O coordenador nacional de emergência da CVP disse ainda que, durante o dia, "não houve nenhuma solicitação de apoio, quer de socorrismo de emergência, quer de uma intervenção de problemas de socorros psicológicos" no aeroporto Humberto Delgado.

Ao início da tarde, a ANA avançou que a operação nos aeroportos nacionais estava hoje a decorrer com normalidade, embora estivessem a persistir alguns impactos relacionados com os voos cancelados ou atrasados de segunda-feira, devido ao apagão, e afluência elevada para entrega de bagagens.

A ANA deu conta de uma elevada afluência nos balcões das companhias aéreas, para reagendamento de voos cancelados e de serviços de assistência em terra ('handling'), para entrega de bagagens.

Centenas de passageiros aguardavam esta manhã a entrega das respetivas bagagens que na segunda-feira não foram imediatamente desembarcadas no momento das chegadas devido ao apagão, constatou a Lusa no local.

Além do aeroporto de Lisboa, também foi ativada uma zona de emergência na delegação da CVP de Arco de Baúlhe, em Cabeceiras de Basto, no distrito de Braga, com capacidade de oxigenoterapia para pessoas "com necessidades de tratamentos específicos", tendo conseguido "resolver localmente" os casos.

JML (MPE/PSP) // JMR

Lusa/Fim