A presidente do Instituto de Segurança Social da Madeira, Nivalda Gonçalves, revelou no I Seminário da CPCJ da Ribeira Brava que, em 2023, foram acompanhados cerca de 1.500 casos de crianças e jovens em casas de acolhimento na Região Autónoma. Os dados referentes a 2024 ainda estão a ser apurados, mas a responsável frisou que este trabalho continua a ser uma prioridade para a Segurança Social.

“Estamos a falar de crianças que necessitam de protecção imediata e respostas adequadas. Por isso é tão importante que possamos reforçar a nossa capacidade de resposta, seja através das casas de acolhimento, seja através do acolhimento familiar”, afirmou.

No caso concreto da Ribeira Brava, a Segurança Social acompanhou durante o ano de 2024 um total de 32 crianças, com cerca de 100 processos em circulação ao longo do ano. “São números que mostram o esforço no terreno, e que resultam sobretudo de sinalizações feitas pelas forças de segurança e pela área da educação. A violência continua a ser o principal factor identificado”, sublinhou Nivalda Gonçalves.

A responsável reforçou ainda o compromisso da Região com as campanhas de sensibilização para os direitos da criança, adiantando que está em curso uma acção nacional com integração da Madeira. “Pretendemos um papel de maior coordenação regional entre todas as CPCJ. Existe uma comissão regional e queremos dinamizar formações conjuntas, partilhando metodologias e boas práticas”, disse à margem do I Seminário I Seminário da CPCJ da Ribeira Brava.

Outro dos apelos deixados por Nivalda Gonçalves foi dirigido às famílias. “Temos neste momento 17 famílias de acolhimento identificadas, um número que tem vindo a crescer. Mas precisamos de mais. Precisamos de pessoas disponíveis para acolher crianças e jovens com o carinho que merecem, como se fossem seus”, afirmou. Sublinhou ainda a importância deste modelo alternativo à institucionalização, sobretudo no caso de jovens com mais de 10 anos, onde muitas vezes o foco já está na preparação para a vida independente.

Para a presidente do Instituto de Segurança Social, a qualidade da intervenção não pode descurar o apoio aos próprios profissionais. “Queremos garantir o bem-estar físico e psicológico das crianças, mas também dos comissários e técnicos que diariamente lidam com estas realidades difíceis”, rematou.

A intervenção de Nivalda Gonçalves acontece tendo por base uma ideia central que percorre todo o seminário: “A protecção das nossas crianças é uma missão de todos. Só juntos podemos fazer melhor”.