
Após o mais grave episódio de violência nas últimas duas décadas entre a Índia e Paquistão, a comunidade internacional manifestou-se, apelando à “contenção militar por parte das duas potências nucleares, segundo a agência France-Press (AFP).
Diante do confronto, António Guterres, secretário-geral da ONU, encorajou os dois países a evitarem um conflito militar.
“O mundo não se pode dar ao luxo de um confronto militar ” , declarou Stéphane Dujarric , porta-voz de António Guterres.
O Presidente norte-americano Donald Trump considera que o recomeço dos confrontos “foi uma pena” e expressoua esperança de que os ataques “terminem muito rapidamente”.
O chefe da diplomacia da Casa Branca, Marc Rubio, pediu a reabertura de canais diplomáticos entre os líderes dos dois países para evitar novos conflitos.
A China, vizinha dos dois países e uma das grandes potências mundiais, demonstrou preocupação com os ataques indianos em território paquistanês, lamentando o agravamento das tensões. Pequim pediu moderação e ofereceu-se para atuar como mediadora do conflito.
Por sua vez, a União Europeia apelou à redução imediata de tensões, enfatizando a necessidade de medidas concretas para evitar o agravamento do conflito.
A França reforçou o apelo à moderação, destacando a importância de proteger as populações civis.
“Compreendemos o desejo legítimo da Índia de combater o terrorismo, mas a prioridade deve evitar uma escala”, afirmou o chefe de diplomacia francesa.
O secretário do Comércio britânico, Jonathan Reynolds, destacou interesse mútuo na “estabilidade regional” por parte daÍndia e do Paquistão e acrescentou que o Governo britânico fará "tudo o que puder em termos de diálogo para reduzir a tensão”.
O Irão expressou uma “profunda preocupação com a escalada das tensões entre a Índia e o Paquistão”, oferecendo-se como mediador, enquanto a Turquia alertou para o “risco de guerra total”, condenando a “iniciativa provocatória” de Nova Deli.
“O ataque de ontem à noite da Índia aumenta o risco de uma guerra total. Condenamos esta iniciativa provo catória, bem como os ataques que visam civis e infraestruturas civis”, escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado.
As forças armadas da Índia e do Paquistão envolveram-se emconfrontos ao longo da linha de controlo na Caxemira, na sequência de ofensivas indianas em território paquistanês.Estas ações foram uma resposta ao ataque em Pahalgam, no dia 22 abril, onde 26 civis perderam a vida.
O atentado, atribuído ao grupo Lashkar-e-Taiba, reacendeu as hostilidades entre os dois vizinhos, cuja relação era marcada por rivalidades desde a sua independência do domínio britânico em 1947. Em resultado dos conflitos, ambos os governos ordenaram a expulsão de cidadãos no país rival e, nos dias seguintes, multiplicaram-se os confrontos na fronteira.
Na noite de terça-feira,as autoridades indianas lançaram ataques aéreos contra três alvos no Paquistão, localizados na província de Punjab e identificados em Nova Deli como “instalações terroristas”.
Em retaliação, o governo paquistanês informou ter abatido vários aviões indianos. Já esta manhã,bombardeamentos de ambos os lados resultaram em pelo menos 38 vítimas mortais, marcando o episódio mais violento entre os dois países nas últimas duas décadas.