O comissário europeu da Energia rejeitou hoje atribuir o corte de eletricidade na Península Ibérica ao excesso de produção energética renovável, elogiando a resposta das autoridades portuguesas e espanholas ao "pior apagão das últimas décadas".

"Não há razão para acreditar que o apagão se deve às energias renováveis", afirmou o dinamarquês Dan Jørgensen, em conferência de imprensa à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.

"Trata-se do pior apagão das últimas décadas e é obviamente uma situação muito difícil. O Parlamento Europeu também avaliou a forma como a situação foi gerida e felicitou os dois governos em questão pela gestão da crise", observou.

Relativamente às causas de tal incidente, ainda "é muito cedo" para saber, de acordo com o responsável europeu.

Ainda assim, garantiu que a Comissão "está a acompanhar a situação e está pronta a colaborar com os especialistas".

Colapso temporário

Um corte generalizado no abastecimento elétrico deixou, na semana passada, Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade, e ainda uma parte do território francês.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades, bem como a falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade anunciou a criação de um comité para investigar as causas deste apagão, que classificou como "excecional e grave", e que deixou Portugal e Espanha às escuras.

A organização vai investigar as causas essenciais, elaborar uma análise exaustiva e avançar com recomendações num relatório final sobre o incidente.