A China afirmou hoje que as "tarifas recíprocas" do Presidente norte-americano, Donald Trump, prejudicam a ordem económica e comercial internacional e apelou a Washington para "resolver os problemas através de um diálogo justo baseado no respeito mútuo".

"Exortamos os Estados Unidos a corrigir imediatamente a sua abordagem errada e a resolver as diferenças comerciais através do diálogo", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa.

Lin vincou que "os EUA colocam os seus interesses à frente do bem comum da comunidade internacional, o que é um exemplo típico de intimidação tarifária". O porta-voz reiterou que "numa guerra comercial ninguém ganha" e que "o protecionismo não oferece nenhuma saída".

A guerra comercial desencadeada por Trump intensificou-se a 02 de abril, com o anúncio de "tarifas recíprocas" contra o resto do mundo, uma medida que retificou uma semana depois, perante a queda dos mercados e o aumento do custo de financiamento da dívida norte-americana.

Mas enquanto suavizava a sua ofensiva com a maioria dos países, aplicando uma tarifa generalizada de 10%, decidiu aumentar as taxas sobre a China, que estão agora fixadas em 145%.

Entretanto, este fim de semana, Washington decidiu isentar muitos produtos tecnológicos chineses.

Trump disse no domingo que as tarifas sobre semicondutores serão implementadas "num futuro próximo" e que anunciará as taxas ainda esta semana, como parte da sua guerra comercial.

No domingo, a China classificou a isenção de tarifas sobre certos produtos eletrónicos chineses como "um pequeno passo" para que os Estados Unidos "corrijam a sua prática errada" e instou Washington a "cancelar completamente" as taxas.

Para Pequim, as tarifas norte-americanas "não só violam as leis económicas e de mercado básicas, como também ignoram a cooperação complementar e a relação oferta - procura entre os países".