O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, afirmou esta sexta-feira que as taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens oriundos da China são "injustificadas" e alertou contra "a lei da selva" na cena internacional.

"A China, movida por um espírito humanitário, prestou ajuda aos Estados Unidos em várias ocasiões. Os Estados Unidos não devem responder com ingratidão e muito menos com a imposição de taxas injustificadas", afirmou Wang Yi, em conferência de imprensa, à margem da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão máximo legislativo da China.

"Existem cerca de 190 países no mundo", acrescentou.

"Imaginem se cada país se concentrasse nas suas próprias prioridades e acreditasse na [sua] força e no [seu] estatuto apenas, o mundo cairia na lei da selva", apontou.

Lembrando que a cooperação traz "benefícios mútuos", o chefe da diplomacia chinesa advertiu que se a "pressão continuar, a China responderá com firmeza".

O apelo para o fim da guerra na Ucrânia

Wang Yi também apelou ainda a negociações para acabar com a guerra na Ucrânia, invadida pelas forças russas a 24 de fevereiro de 2022, argumentando que "não há vencedor num conflito e não há perdedor numa negociação".

"A mesa de negociações é, ao mesmo tempo, o fim do conflito e o ponto de partida para a paz", declarou o diplomata.

O chefe da diplomacia chinesa apelou também às "grandes potências" para que "promovam um cessar-fogo total e duradouro em Gaza e aumentem a ajuda humanitária" no território costeiro, onde está em vigor uma trégua entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.