O líder do Chega, André Ventura, arrancou hoje a campanha oficial para as legislativas na Guarda, a pedir "uma oportunidade" para governar, e estabeleceu como objetivo vencer as eleições de 18 de maio.

O Chega escolheu a Guarda para o primeiro dia do período oficial da campanha para as legislativas de 18 de maio, onde realizou um almoço-comício com mais de 200 pessoas. Este é o único ponto de agenda do líder do Chega para hoje, além do debate desta noite com todos os partidos com representação parlamentar, que será transmitido pela RTP.

À chegada, André Ventura foi recebido com bandeiras do Chega no ar e o hino do partido para estas eleições.

O presidente do Chega discursou ainda antes de o almoço ser servido e, logo nos primeiros minutos da sua intervenção, repetiu o pedido que tem vindo a fazer nos últimos dias, e que colocou em cartazes pelo país.

"Uma oportunidade é o que estamos a pedir ao país, uma oportunidade de governar. Durante 50 anos falharam os mesmos e durante 50 anos escolhemos os mesmos, sempre, PS e PSD", afirmou.

André Ventura considerou que os portugueses ficaram "cada vez mais pobres e cada vez mais atrasados".

"Se vamos substituir o líder do PSD pelo líder do PS, um governo que caiu igualmente por corrupção, nós somos cúmplices do estado de coisas que temos em Portugal", sustentou.

Ventura particularizou depois, e considerou que o atual líder do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, "representa tudo o que pior o PSD tem".

"E agora, à medida que vamos sabendo mais, vamos vendo quão pior representa esse partido. Não só o governar mal, porque isso podia não ser comum a todos, mas é o governar mal e o fazer parte daquele esquema de interesses, de pequeno conluio, de pequena corrupção ou grande corrupção, que há anos nos destrói", defendeu.

O presidente do Chega disse também que o partido se apresenta a estas eleições "para ganhar", considerando que esta ambição "é realista e fundada".

"Não vamos a estas eleições para ficar nem em segundo, nem em terceiro, não vamos sequer a estas eleições para aumentar o número de deputados ou para termos mais cinco, seis, sete ou nove ou 10 deputados. Não é isso que queremos nem ambicionamos, e não vão ouvir falar de vitória se aumentarmos, como tudo indica, o número de deputados", indicou.

"Nós não transformaremos Portugal só por aumentar o número de deputados. Nós não precisamos só de aumentar deputados, nós temos de ganhar", acrescentou, defendendo que o país "precisa dessa transformação".

Ventura considerou que, "desde há décadas a esta parte, o país só funcionava para as elites económicas e políticas" e indicou que o Chega quer "ser a voz do povo" e fazer o país "funcionar para os portugueses comuns".

O líder do Chega disse não ter "uma bola de cristal" para adivinhar o que vai acontecer no futuro, mas possui uma "vontade genuína de mudar o país de uma vez por todas".

"Não contem com um país cor-de-rosa, não contem com mudanças num mês, nem em dois, contem com trabalho, com dedicação, em alguns casos com autoridade, porque o país precisa da autoridade", admitiu, considerando que pode só pode ser avaliado depois de governar.

Na sua intervenção perante uma sala repleta de apoiantes, o presidente do Chega destacou ainda a escolha do interior para o arranque da campanha e deixou a promessa de acabar com todas as portagens no país, afirmando que o partido "nunca se esquece das promessas que faz".

O cabeça de lista do Chega no círculo da Guarda é Nuno Simões de Melo, que é atualmente deputado eleito por este distrito.

Nas eleições legislativas do ano passado, o Chega foi o terceiro partido mais votado a nível nacional e também no distrito da Guarda, onde conseguiu mais de 15 mil votos.