
Kallas vai reunir-se no Cairo com o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Migração, Badr Abdelati, e com o Comité Ministerial Árabe-Islâmico sobre a Palestina.
"A missão será uma oportunidade para discutir as relações UE-Egito, a crise de Gaza e outras questões de segurança regional", segundo o gabinete de Kallas.
Na segunda-feira, a chefe da diplomacia europeia viajará para Israel para se encontrar com o Presidente israelita, Isaac Herzog, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, e o líder da oposição israelita e ex-primeiro-ministro, Yair Lapid.
Na Palestina, vai reunir-se com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro Mohamed Mustafa e os chefes das duas missões civis da União Europeia na região: a Missão Policial da União Europeia para os Territórios Palestinianos (EUPOL COPS) e a Missão de Assistência Fronteiriça da União Europeia na Passagem de Rafah.
"A missão proporcionará uma oportunidade para discutir o conflito em Gaza, reiterar a importância do acesso irrestrito e da distribuição sustentada de assistência humanitária em larga escala em Gaza e em toda a região, e exigir o regresso imediato à implementação total do acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns", acrescentou o gabinete de Kallas.
A visita ocorre num momento em que Israel quebrou o cessar-fogo com o grupo islamita palestiniano Hamas e voltou a atacar a Faixa de Gaza.
Estes ataques interromperam uma trégua iniciada em 19 de janeiro com o grupo islamita Hamas, ao fim de mais de 15 meses de ofensiva, e ocorrem num momento em que as partes não alcançam entendimento para avançar para as etapas seguintes do acordo de cessar-fogo.
No sábado, Israel bombardeou também o Líbano, onde vigorava um cessar-fogo desde o final de novembro com o grupo xiita Hezbollah, justificando que estava a agir em resposta a 'rockets' disparados deste país.
No seu último balanço, as autoridades locais da Faixa de Gaza, controladas pelo Hamas, indicaram pelo menos 673 mortos e mais de mil feridos em resultado da vaga recente de ataques israelitas e outras 1.172 ficaram feridas.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou na semana passada ao Exército a tomada de mais territórios na Faixa de Gaza para serem anexados a Israel até que o Hamas liberte todos os reféns que conserva na sua posse.
Katz disse que as tropas devem retirar as populações palestinianas das áreas adicionais ocupadas para expandir as zonas de segurança e, assim, "proteger as comunidades israelitas e os soldados israelitas através do controlo israelita permanente do território".
O ministro da Defesa avisou que Israel "vai intensificar os combates com ataques aéreos, marítimos e terrestres, expandindo as manobras terrestres", até que os 59 reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza sejam libertados "e o Hamas seja derrotado".
O Hamas atacou o sul de Israel em 07 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e tomando outras 251 como reféns.
Em resposta, Israel lançou um ataque em grande escala na Faixa de Gaza, matando mais de 50.000 pessoas, na maioria civis, segundo números das autoridades locais, destruindo a maior parte do enclave palestiniano, que está mergulhado numa grave crise humanitária.
HB // VM
Lusa/Fim