O Governo do estado brasileiro de São Paulo, o mais populoso do país, declarou esta quarta-feira emergência sanitária devido ao rápido aumento dos casos de dengue e anunciou novos investimentos para combater a transmissão do vírus.

O secretário regional de saúde, Eleuses Paiva, disse, numa conferência de imprensa, que, com esta medida, o Governo procura "garantir que cada município tenha as infraestruturas necessárias" para lidar com a propagação da doença, que é transmitida por um tipo de mosquito.

O Governo anunciou ainda o investimento de três milhões de reais (cerca de 500 mil euros) na compra de 110 novos equipamentos de pulverização, bem como o reforço de 32 milhões de unidades de medicamentos, como soros e antifebris, para tratar os doentes dos municípios mais afetados.

São Paulo, com uma população de 44 milhões de pessoas, notificou até agora quase 200 mil casos prováveis este ano, mais de metade do total registado no Brasil, além de 102 mortes confirmadas e outras 225 em investigação, segundo dados do governo federal.

Região em alerta

Além disso, em quase um terço dos 645 municípios da região, os casos já ultrapassaram 300 por 100.000 habitantes, colocando as autoridades em alerta.

Em janeiro, São Paulo registou mais do dobro dos casos do que no mesmo mês de 2024, ano em que o Brasil atingiu o máximo histórico de 6,6 milhões de casos, com 6.216 mortes confirmadas e outras 489 em investigação.

As altas temperaturas e as fortes chuvas que caíram no país nos últimos dois verões facilitaram a rápida reprodução do mosquito.Perante esta situação, o governo federal lançou em janeiro um plano de contingência que inclui, entre outras acções, a expansão de um programa de implantação de mosquitos com uma bactéria que os impede de transmitir o vírus.

Ao mesmo tempo, uma vacina contra a dengue desenvolvida por cientistas brasileiros está em processo de avaliação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.