A União dos Sindicatos da Madeira (USAM) apontou, esta manhã, o centro de comunicações (‘call center’) da Meo/Altice no Funchal como exemplo da precariedade laboral a que estão sujeitos os jovens trabalhadores qualificados no nosso arquipélago.

“É um espaço onde os jovens trabalhadores são altamente qualificados, praticamente todos com curso superior, e onde são sujeitos à precariedade, com contratos precários, à tarefa, à jornada, ao mês, à semana, contratações atrás de contratações, por diferentes empresas. É o panorama que encontramos nos jovens que acabam a sua formação superior e ingressam no mercado de trabalho”, denunciou Alexandre Fernandes, coordenador da estrutura sindical. Aos jovens que entravam e saíam daquela empresa na Avenida Zarco, os dirigentes da USAM entregavam um folheto sobre as condições a que estão sujeitos os trabalhadores mais novos, isto numa acção integrada no programa de iniciativas que estão a ser promovidas a nível do país pela CGTP, para assinalar o Dia Nacional da Juventude.

Ao longo desta semana foram promovidas outras iniciativas no plano nacional, como o Dia Nacional do Estudante. Alexandre Fernandes reconheceu que “na Madeira [a data] passou praticamente despercebida”, porque “da parte das associações de estudantes não houve a dinâmica necessária para virem para a rua assinalarem as suas dificuldades”. No entanto, o porta-voz sindical garante que os problemas dos jovens madeirenses até são mais graves nalguns aspectos. Por exemplo, este segmento da população representa “quase 50 por cento dos desempregados”. No entender do dirigente sindical, o mercado de trabalho regional não tem capacidade de absorver a mão-de-obra jovem e empurra-a para a emigração, devido às opções políticas que atrasam cada vez mais a idade de reforma e impedem a entrada de novos trabalhadores no mercado de emprego. “Não encontrando espaço na Região, os jovens acabam por tentar a sorte a nível nacional ou, pior ainda, no estrangeiro. Com todo o investimento que o Estado faz na formação destes jovens, os outros países é que aproveitam os nossos jovens altamente formados”, lamentou Alexandre Fernandes.