
Uma das barragens de contenção instaladas no norte do Equador para conter um derrame de petróleo que afetou a província de Esmeraldas cedeu devido às fortes chuvas na região, anunciou a petrolífera estatal.
Numa nota divulgada na terça-feira, a Petroecuador disse que a barragem que se rompeu estava localizada no rio Caple e obrigou a uma nova suspensão da captação de água para a estação de tratamento de San Mateo.
Para evitar a escassez de água, um total de 50 camiões-cisterna viajarão para as cidades afetadas, enquanto o navio Tanata da Marinha equatoriana está a caminho com 1,1 milhões de litros de água, disse a petrolífera estatal.
Como medidas de emergência para conter o crude, foram instaladas sete barreiras no rio Viche e foram posicionados tratores nas praias para remover as paliçadas e os materiais contaminados com petróleo que poderiam ser levados pela maré.
"A entrega de ajuda humanitária continua ativa, e as entregas de rações alimentares e kits de limpeza vão continuar", declarou a empresa estatal.
Horas antes, a Petroecuador tinha revelado que o volume de crude derramado ultrapassou 25 mil barris, após o rompimento do oleoduto principal do Sistema Transequatoriano de Oleodutos, aparentemente devido a um deslizamento de terras.
A fuga ocorreu a 13 de março, perto do município de Quinindé, e atingiu os principais rios da província, interrompendo temporariamente o fornecimento de água potável a várias cidades, incluindo Esmeraldas, a capital da província.
Na segunda-feira, uma equipa do Gabinete das Nações Unidas para a Avaliação e Coordenação de Desastres chegou a Quito em resposta a um pedido de apoio do Governo equatoriano.
Segundo a ONU, o derrame de petróleo contaminou gravemente importantes fontes de água, deixando meio milhão de pessoas sem acesso a água potável e saneamento.
Houve relatos de um aumento de doenças respiratórias e gastrointestinais na zona, "o que coloca as crianças, os idosos e as pessoas com condições pré-existentes em maior risco", acrescentou a organização.
A equipa da ONU reúne especialistas em coordenação humanitária, avaliação rápida de necessidades e gestão de informação. Será também mobilizada uma equipa de especialistas em resposta a derrames de petróleo, gestão de resíduos perigosos e restauração de ecossistemas.