Quase um terço dos empregos em Portugal está em risco de desaparecer devido aos efeitos da automação e da inteligência artificial no mercado de trabalho.

A conclusão é de um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

No estudo, foram categorizadas 120 profissões expostas às mudanças tecnológicas, num universo de 3,2 milhões de trabalhadores e 280 mil empresas, com base nos potenciais efeitos destrutivos e transformativos.

Cerca de 28%,9% da força de trabalho do país diz respeito àsprofissões em colapso (empregados de mesa e de bar, operadores de equipamentos móveis e cozinheiros), que estão ameaçadas pela automação e pela inteligência artificial. Estas profissões corremsérios riscos de extinção”.

Quais são as profissões que podem ser mais beneficiadas?

Apenas 22,5% dos empregos terão potencial para usufruir dos ganhos de produção gerados pela inteligência artificial.

As mais beneficiadas pela digitalização serão as profissões em ascensão, como professores do ensino básico, educadores de infância, especialistas em vendas, marketing, finanças e contabilidade.

Em sentido inverso, cerca de 35,7% das profissões não poderão ser substituídas pela automação, nem irão beneficiar da digitalização.

Na lista das profissões que não correm o risco de substituição estão os trabalhadores de limpeza, técnicos de atividade física e agricultores.

Quais são os distritos que mais podem beneficiar da automação e IA?

De acordo com o estudo, Lisboa, Coimbra, Porto e Vila Real são os que mais podem beneficiar da automação e da IA, uma vez que são os distritos onde se concentram mais trabalhadores de ‘profissões em ascensão’.

Viana do Castelo, Braga, Aveiro e Viseu têm mais de 40% do emprego exposto aos efeitos destrutivos da mudança tecnológica.

Os autores do estudo destacam a necessidade de formação e desenvolvimento de competências, e enfatizam a “crescente importância para o futuro de competências como a comunicação, a criatividade ou a resolução de problemas”.