Os subúrbios do sul de Beirute, capital do Líbano, foram atingidos por ataques israelitas durante a noite, incluindo uma zona junto ao aeroporto internacional, que continua a funcionar, disse esta quinta-feira o ministro libanês dos Transportes.

Um fotógrafo da Agência France Presse viu um hangar junto ao muro do perímetro do aeroporto de Beirute ser atingido por um ataque. O ministro libanês dos Transportes, Ali Hamié, declarou através das redes sociais que "o aeroporto está a funcionar normalmente".

"Os aviões estão a descolar e a aterrar" sem qualquer problema, disse à France Presse.

O ataque causou "pequenos danos" nos edifícios do aeroporto, "mas não atingiu o terminal", disse um funcionário que pediu anonimato. A mesma fonte acrescentou que o ataque tinha afetado "as instalações da Middle East Airlines" (MEA)", a companhia aérea nacional libanesa, e em particular as da empresa responsável pela manutenção dos aviões.

Abou Elie, motorista de táxi, estava no aeroporto no momento do ataque: "Todo o parque de estacionamento tremeu", disse à France Presse.

A MEA é praticamente a única companhia aérea que continua a efetuar voos desde que Israel intensificou os ataques contra o Líbano no final de setembro.

O ataque perto do aeroporto ocorreu depois de o Hezbollah (Partido de Deus) ter anunciado na quarta-feira que tinha como alvo uma base militar israelita perto do aeroporto Ben Gurion, em Telavive, o principal aeroporto de Israel.

Os ataques noturnos nos subúrbios sul de Beirute foram precedidos de um pedido do Exército israelita para evacuar quatro bairros da capital do Líbano.

"Logo que enviaram as ordens de evacuação, metemo-nos nos nossos carros e fugimos", disse à France-Presse Malak Aqil, um residente de Ouzai, um bairro próximo do aeroporto libanês.

Mais de 2.600 pessoas foram mortas no Líbano desde o início da escalada entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah, a 23 de setembro, na maioria civis, segundo o ministro da Saúde de Beirute, Firass Abiad.

"Já tivemos de fugir das nossas casas várias vezes. Por vezes, dormimos no carro. A morte tornou-se uma questão de sorte, podemos morrer ou sobreviver", disse Ramzi Zaiter, um morador dos subúrbios do sul de Beirute.