Nunca escondeu a profunda saudade da mãe que lhe apontou a presidência do FC Porto como destino, ou a ligação aos irmãos que tinha perdido.

“Dedico este título à minha mãe”

Por altura da conquista do 30.º título nacional do FC Porto, Pinto da Costa, visivelmente emocionado, dedicou o título à mãe, Maria Elisa Bessa Lima de Amorim Pinto.

“Depois dos meus 40 anos, em que eu só fui presidente porque a minha mãe me entusiasmou, disse-me sempre que era o meu destino, eu dedico-o a ela”, disse o líder dos “azuis e brancos”.

Dizia que queria que a família e amigos o recordassem como "uma pessoa que amou o FC Porto, a cidade do Porto, o país, e que lutou para que a vida fosse melhor para todos".

Pinto da Costa no estádio do Dragão
Pinto da Costa no estádio do Dragão Bongarts

Orgulhoso portuense, o amor pelo bairrismo e a aversão ao centralismo da capital são imagens de marca na vida de Pinto da Costa.

Para responder ao confronto, o histórico presidente azul e branco usava tantas vezes a ironia, o sarcasmo ou apenas o humor. Muitas vezes exposto e envolvido em autênticas batalhas, a vida privada esteve muitas vezes na esfera pública.

Um homem de muitas paixões

Jorge Nuno Pinto da Costa teve cinco casamentos. O primeiro em 1964, com Manuela Carmona, mãe de Alexandre Pinto da Costa. O namoro começou quando tinha 19 anos e Manuela Carmona Graça 16. A jovem era uma amiga de infância e filha de um coronel amigo da família. Estudou em Coimbra, terminando a licenciatura em História.

Ainda casado, em 1985, Pinto da Costa apaixonou-se por Filomena Morais, uma jovem de 21 anos que passou a participar nas reuniões da direção do FC Porto e acompanhava o presidente para todo o lado. O romance tornou-se público e, dois anos depois, nasce a filha, Joana Morais Pinto da Costa.

Só a 23 de dezembro de 1997, com trinta e três anos de casamento, se divorciou da mulher legítima, Manuela Carmona. De 1998 até 2002, esteve casado com Filomena Morais.

Em agosto de 2001, Pinto da Costa saiu de casa. Pouco depois, tornou público o romance com Carolina Salgado.

Recebido pelo Papa

Não sendo católico praticante, era um homem de fé: a 23 de abril de 2003, foi recebido pelo Papa João Paulo II, no Vaticano, com a companheira de então, Carolina Salgado.

“A fazer 21 anos de presidência não podia ter tido melhor prenda. Senti um grande orgulho e felicidade”, disse, depois de ter oferecido “a Sua Santidade uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, com o símbolo do FC Porto no pedestal, uma bola de futebol e duas camisolas autografadas pelos jogadores”.

A polémica biografia de Carolina Salgado

Acabaria por viver tempos difíceis com a companheira, que, no fim da relação, viria a assinar o livro “Eu, Carolina”, uma polémica biografia, publicada em 2006, na qual relatava a sua vida ao lado de Pinto da Costa.

Na obra sobre os bastidores do futebol, foram ainda revelados episódios que estiveram na origem do famoso caso Apito Dourado, processo em que Pinto da Costa foi pronunciado por corrupção desportiva na arbitragem e ilibado por falta de provas.

Jorge Nuno Pinto da Costa e Carolina Salgado
Jorge Nuno Pinto da Costa e Carolina Salgado SIC Notícias

Após uma separação conturbada de Carolina Salgado, em outubro de 2007, Pinto da Costa casa com Filomena pela segunda vez, divorciando-se em 2012.

Casou-se depois no Brasil com Fernanda Miranda, 50 anos mais nova, oficializando a união de facto em que viviam há cerca de três anos. Divorciaram-se em 20 de dezembro de 2016. Em setembro de 2017 reataram a relação que terminou novamente pouco depois.

Pinto da Costa e Fernanda Miranda
Pinto da Costa e Fernanda Miranda NurPhoto

O último casamento

De setembro de 2017 a agosto de 2023 viveu no Porto, em união de facto, com Cláudia Campo, que conheceu na agência do banco onde esta trabalha. O casal tinha 40 anos de diferença.

Em agosto de 2023 casou pela quinta vez com Cláudia, com quem já namorava há seis anos.

Além dos dois filhos, deixou cinco netos a quem gostava de ter dedicado mais tempo.