O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, explicou esta terça-feira que o apagão "não foi provocado no território nacional" e que a prioridade do Governo sempre foi comunicar com a população.

"Ao contrário do que se diz, a prioridade do Governo foi comunicar."

Em declaração à SIC Notícias, sublinhou que, apesar de não saber a origem do apagão, hoje "Portugal está autónomo, a trabalhar só com energia do país".

O ministro fez questão de deixar "uma palavra muito agradecida aos trabalhadores na rede elétrica nacional (...) que garantiram que em 11 horas e, devo dizer, que as primeiras expectativas seria de dias, depois tivemos expectativas de 24 horas. E nós em 11 horas conseguimos ter o país a funcionar".

Aproveitamento político? "Não houve", garante ministro

"Ontem não houve aproveitamento nenhum. Vivemos um momento eleitoral e nós não estamos a aproveitar este momento. Isto é o momento para os portugueses estarem unidos", começou por dizer.

Em resposta às críticas da oposição, Miguel Pinto Luz diz que o "Governo esteve onde tinha de estar e comunicou o que tinha de comunicar". Apelando ao "bom senso", repudia o "passa-culpas permanente".

"Era fácil para este Governo, que só teve lá 11 meses, passar culpas. Nós não vamos fazê-lo."

"Temos de tirar lições"

O ministro referiu que é preciso melhorar e pensar como é que, no futuro, e em situações semelhantes, vai ser possível comunicar com as pessoas.

"Quando acontecem estas coisas, temos de aprender. O SIRESP não funcionou a 100%, teve falhas. Mais uma vez. Andamos há décadas a falar do SIRESP e o SIRESP teve falhas".

O ministro diz que numa altura em que a Europa "vive um período em termos geopolíticos único, com enormes deficiências na defesa", é muito importante "pensar na resiliência das infraestruturas" em Portugal.

Porque é que Portugal compra energia a Espanha?

O ministro explicou ainda que Portugal adquire energia a Espanha "sempre que ela é mais barata".

"Agora vivemos num mercado liberalizado, onde Portugal e bem, adquire energia sempre que ela é mais barata. Portanto estamos interligados com Espanha, como Espanha está interligada com França. A Europa funciona assim e o mundo todo funciona assim", afirmou em entrevista à SIC Notícias.

Ainda assim, realça que Portugal está esta terça-feira a "trabalhar só com energia produzida no país".

Quando a luz "vai abaixo" lá em casa...

Para explicar o que aconteceu esta segunda-feira, Miguel Pinto Luz usou um exemplo que a maioria das pessoas já terá vivido.

"Ontem houve uma figura que foi muitas vezes utilizada, nós nas nossas casas quando ligamos um aparelho que consome muita corrente e a nossa contratualização com a rede não está disponível, o disjuntor dispara. Foi este desequilíbrio que aconteceu ontem na rede."

Quando o disjuntor dispara, a luz "vai abaixo". Geralmente, isto acontece porque a potência de consumo dos aparelhos elétricos ligados ao mesmo tempo excede a potência contratada.

Na segunda-feira, um corte generalizado no abastecimento elétrico em Portugal e Espanha afetou vários setores durante horas. Os aeroportos fecharam, os transportes funcionaram a meio-gás e o trânsito intensificou-se nas grandes cidades onde os semáforos estiveram desligados.

O restabelecimento da eletricidade aconteceu de forma gradual.