As autoridades alemãs estão a pressionar para que aos 100 anos, um ex-guarda das SS do campo de concentração nazi de Sachsenhausen seja julgado quase 80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Segundo a imprensa alemã, o acusado é Gregor Formanek, um antigo guarda das SS, uma organização paramilitar ligada ao Partido Nazi, em Sachsenhausen, a norte de Berlim.
Formanek está acusado desde o verão do ano passado de cumplicidade na morte de mais 3 300 de prisioneiros, entre 1943 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.
A acusação acusa o homem, um jovem adulto na altura dos acontecimentos, de “ter apoiado, como membro das equipas das guardas SS, o assassínio cruel e pérfido de milhares de pessoas”.
Em 2022, uma primeira análise considerava o suspeito “parcialmente apto para ir julgamento”, foi desmentida por uma segunda, este ano, que o declarou inapto.
Em maio, o tribunal de Hanau recusou-se, portanto, a levar este caso a julgamento com base nos conhecimentos mais recentes.
Entre 1936 e 1945, o campo de Sachsenhausen viu cerca de 200 mil prisioneiros, principalmente opositores políticos, judeus e homossexuais. Dezenas de milhares morreram, vítimas principalmente de exaustão devido ao trabalho forçado e às condições prisionais precárias.
Demjanjuk abriu precedente
Na Alemanha, nos últimos anos vários julgamentos a ex-funcionários do campo nazi aconteceram desde a condenação, em 2011, do antigo guarda do campo de extermínio de Sobibor, John Demjanjuk, que abriu um precedente.
Dada a elevada idade dos arguidos, alguns dos julgamentos não se realizaram por motivos de saúde ou, quando ocorreram, os condenados morreram antes de serem presos, como o caso de Demjanjuk.
Josef Schütz, um antigo guarda de um campo de concentração foi condenado em junho de 2022 a cinco anos de prisão, tendo morrido menos de um ano depois, aos 102 anos.