"Condeno sem reservas, sem reservas, não haja dúvida, todo o tipo de violência, todo o tipo de violência na manifestação contra jornalistas, mesmo quando não concordamos com eles, contra polícias, contra políticos, a violência é errada em política", sublinhou o líder do Chega, André Ventura, numa conferência de imprensa convocada para o final do dia na sede do partido, em Lisboa.

"Eu acho que isto deve ser dito de forma clara às pessoas. Toda a violência na política deve ser condenada, seja de que lado for, seja de onde vier, de todos os lados", acrescentou.

Sobre os confrontos registados na sexta-feira, em Lisboa, que envolveram participantes de uma manifestação não autorizada, André Ventura salientou que "é importante que as pessoas tenham direito à manifestação e que a Câmara de Lisboa tivesse acautelado que todos se podem manifestar".

"Entendemos é que a Câmara de Lisboa não esteve bem, esteve mal e, como digo, expôs todos a um risco desnecessário de violência", apontou, insistindo que a "responsabilidade do que aconteceu [sexta-feira] é de Carlos Moedas".

Na opinião de André Ventura, perante "um parecer que alerta para condições de segurança que atribui um risco grande, por isso dá um parecer negativo", ainda por cima no 25 de Abril, que "é o dia em que as pessoas se querem manifestar, num sentido ou outro, e em centros simbólicos", havia três opções.

Uma era proibir todos, outra proibir uns e deixar outros ou tentar acautelar que todos ficavam "razoavelmente integrados no seu direito de manifestação, que é um direito constitucional".

O líder do Chega defendeu que é preciso um país "que funcione para todos, de direita e de esquerda", um país que "funcione para os que gostam de fazer manifestações a favor da imigração e os que gostam de fazer manifestações por uma imigração controlada, para [haver] um país para todos, senão [há] sempre um país para alguns, em que parece que só uns é que têm a grande mão do Estado do seu lado".

André Ventura manifestou a total solidariedade para com as forças policiais: "O Chega está integralmente, 100%, solidário com as forças de segurança em Portugal".

Três detidos, inclusive os líderes do Ergue-te e do grupo de extrema-direita 1143, quatro pessoas identificadas e dois polícias com ferimentos ligeiros foi o balanço da operação policial de hoje associada ao 25 de Abril em Lisboa, revelou a Polícia de Segurança Pública (PSP) na sexta-feira.

Num balanço ao final do dia, o comandante da 1.ª Divisão Policial do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, Iúri Rodrigues, realçou a realização de "dois eventos que foram comunicados e que foram proibidos pela autoridade competente", o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), referindo-se a duas concentrações marcadas para o Martim Moniz, uma promovida pelo partido Ergue-te e grupos de extrema-direita e uma contramanifestação a essa mesma iniciativa.

Esses dois eventos justificaram a mobilização de um dispositivo policial para "fazer cumprir a ordem da autoridade administrativa, portanto a proibição" da realização dessas iniciativas, explicou Iúri Rodrigues, referindo que o partido Ergue-te tentou realizar a iniciativa no Largo de São Domingos, junto ao Rossio, e foi nesse local que se verificaram dois momentos de "elevada tensão", que exigiram a intervenção da PSP.

Quanto ao tradicional desfile das celebrações do 25 de Abril, desde a Praça Marquês de Pombal até à Avenida Liberdade, "decorreu praticamente sem quaisquer incidentes", afirmou Iúri Rodrigues.

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