O presidente da Assembleia da República disse hoje que o momento que se vive é crítico e apelou ao voto, defendendo que abstenção é um obstáculo e quanto menor ela for, maior é a representatividade do povo.

"Este é um momento crítico e estou confiante que os portugueses esclarecidos pela campanha eleitoral irão fazer a sua opção", disse José Pedro Aguiar-Branco.

O presidente da Assembleia da República falava aos jornalistas depois das 11:00, à saída da mesa do voto, na cidade do Porto, e disse que a meio da tarde se vai deslocar para Lisboa para acompanhar os resultados eleitorais, junto da estrutura da Aliança Democrática (AD).

Aguiar-Branco defendeu ainda que "a abstenção é um dos obstáculos quando o povo se quer exprimir" e, tendo em conta o tempo que esperou para votar, admitiu estar confiante que "a abstenção possa baixar", porque, significa que "os portugueses se podem pronunciar".

As eleições são, no seu entender, um "momento soberano" e "a sondagem das sondagens" já que tudo o que seja uma participação ativa "é importante para a democracia" e, depois todos devem aceitar os resultados.

"Nós temos de saber aceitar a vontade do povo português. Estou confiante que todos aceitarão e compreenderão e saberão interpretar corretamente aquilo que for a expressão" dos eleitores, afirmou.

Aguiar Branco desejou ainda que, nestas eleições, "a abstenção baixe, porque isso será um resultado muito significativo do regime democrático" do país e, "quanto maior for a votação sem abstenção, maior a representatividade da vontade do povo português".

"A maior participação possível significa que o povo se exprime na sua maioria, que legitima ainda mais qualquer decisão do povo", reforçou.

Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições legislativas antecipadas de hoje 10,8 milhões de eleitores.

No total, serão eleitos 230 deputados, em 22 círculos eleitorais - 18 dos quais em Portugal continental e os restantes nos Açores, na Madeira, na Europa e Fora da Europa -, num ato eleitoral que terá um custo a rondar os 26,5 milhões de euros.

Concorrem a estas eleições 21 forças políticas, mais três do que nas eleições de março do ano passado.

Nas legislativas anteriores, a 10 de março de 2024, a taxa de abstenção situou-se nos 40,16%, a mais baixa desde 2005, quando ficou nos 35,74%.