Novak Djokovic e Andy Murray puseram-se do lado oposto de uma mesma rede em 19 finais. Não seria sem chegarem longe nos grandes torneios que ambos, à vez, viriam a ocupar o primeiro lugar do ranking. Mesmo que detentores de vontades opostas, as horas que passaram em court juntos encheu-os de conhecimento um sobre o outro.
Ambos têm 37 anos, mas o sérvio possui a carreira em melhor estado do que o britânico. Aliás, depois dos Jogos Olímpicos, Murray terminou o percurso no ténis (pelo menos com a raquete na mão). A longevidade de Djokovic começa de igual modo a pregar-lhe algumas partidas. Em 2024, esteve longe do seu melhor, conquistando apenas a medalha de ouro em Paris, triunfo inédito para Nole.
O início do ano ficou marcado desde logo pelo divórcio com o treinador, Goran Ivanisevic. O fim da desgastada relação profissional trouxe por arrasto outras mudanças na equipa técnica com o preparador físico Marco Panichi a ser também ele dispensado.
Para recuperar a vitalidade que o pode voltar a colocar na disputa de títulos com a frescura das pernas de gente como Alcaraz e Sinner, Djokovic foi em busca do auxílio de quem em tempos o testou. Foi assim que o vencedor de 24 torneios do Grand Slam anunciou que Andy Murray é o seu novo treinador.
“Pensei que a nossa história tivesse terminado”, disse Nole quando tornou pública a novidade através de um vídeo com imagens que retratam uma rivalidade que começou sem pelos na cara. Nessa história, “há um capítulo final” em que um dos “adversários mais duros” de Djokovic entra no seu círculo. “Welcome on board, coach Andy Murray!”
Enquanto adversários, levaram-se “um ao outro para lá dos limites”, proporcionando algumas “das batalhas mais épicas” da história do ténis. A última das quais devia ter sido no Masters 1.000 de Madrid, em 2022. A história entre os dois merecia uma despedida melhor do que Murray ser forçado a não comparecer devido a doença.
Andy Murray manifestou estar “muito entusiasmado” para “ajudar o Novak a atingir os seus objetivos”. Em breve voltarão a estar lado a lado, embora não mais estejam frente a frente.