Gabriel Davi Gomes Sara nasceu a 26 de junho de 1999 em Joinville, uma vila com pouco mais de 600 000 habitantes no estado de Santa Catarina, no sul do Brasil.

Em 2013, ingressou nas escolas de formação do São Paulo, a cerca de 500 km a nordeste da sua terra natal e por lá ficou até 2022, tendo vencido o Paulistão 2021, a Supercopa do Brasil sub-20, em 2018 e a Copinha 2019, num plantel com nomes como Morato, Tuta ou Antony.

Foi ganhando protagonismo pela equipa principal e isso valeu-lhe uma transferência para o Norwich City, recém-despromovido ao Championship, por um total de 10,5 milhões de euros.

Por lá ficou duas temporadas, a ganhar protagonismo (foi o jogador da temporada 2022/2023 do clube) e bagagem e, embora se esperasse um salto qualitativo superior, a boa forma valeu-lhe uma viagem para Istambul, para representar o Galatasaray.

Gabriel Sara continua a ser um dos talentos mais bem escondidos da Europa. Na penumbra dos holofotes do principal campeonato inglês. Destacou-se nos Canários numa posição e função bem mais adiantada do que aquela que pratica agora, na maior cidade turca.

Jogando em dupla de médios, como #8, ao lado de Lucas Torreira, Gabriel Sara é o jogador mais diferenciador em construção do Galatasaray, pelo risco que aplica nos seus passes.

Este posicionamento mais baixo no terreno, face a temporadas anteriores, permite-lhe ver o jogo de frente, mais vezes, e lançar os avançados em velocidade (Osimhen, Yilmaz, Akgün…). Esta situação é algo que não fazia com tanta regularidade em Inglaterra, dado o seu uso como médio ofensivo ou como jogador de faixa, onde, embora noutros moldes, também tinha muito rendimento.

Morfologicamente, tem pormenores muito interessantes, sabendo sempre como colocar o seu corpo para passar a bola da melhor forma, com o seu pé esquerdo, já que não faz muito uso do direito, usando até, por várias vezes, a parte exterior do pé dominante nas suas ações. Isto aplica-se seja para descobrir os passes longos exímios ou para, sob pressão e em construção baixa, encontrar espaços dentro do bloco adversário.

Também pelo papel que teve em Norwich, partindo de fora para dentro, desenvolveu muito a sua capacidade de condução de bola, aliada à sua velocidade. Característica essa que usa diversas vezes para queimar linhas de pressão do adversário e conectar os setores, tornando-o uma arma temível em transição ofensiva.

Quando tem liberdade para o fazer, é também um jogador altamente habilitado e instintivo a romper de trás para a frente, para responder a cruzamentos ou para corredor central, em contra movimentos com o ala/extremo.

Dono das bolas paradas, onde já assistiu por três vezes, é altamente diferenciado, seja em cantos, livres frontais ou laterais, e é, neste quesito, um dos jogadores mais efetivos da Europa, aplicando uma colocação, tensão e curva absolutamente esmagadoras para o atacante finalizar.

No plano defensivo, embora esteja longe de ser um jogador altamente competente, tem um atleticismo invejável e um raio de ação bastante abrangente para importunar adversários.

Ainda assim, embora a nível interno faça parte de uma equipa altamente dominadora da posse da bola e do jogo, deve melhorar nos desarmes e duelos.

Fonte: https://fbref.com/en/players/135d500d/scout/365_m2/Gabriel-Sara-Scouting-Report

O que as estatísticas comparativas demonstram é um médio com alta influência no último terço, seja em golos, assistências, esperados ou não e com um enorme volume de aproximações à área adversária, com uma média de cerca de dois remates por jogo.

Pelo tipo de passes que faz, normalmente com risco e sempre a visar uma decisão, é normal que a percentagem de concretização não seja alta.

Confirma também que não é um médio especialista em defender, comprovando o “olhómetro”.

Fora das cinco principais ligas e no seio da Liga Europa, Gabriel Sara é um dos médios mais entusiasmantes e um dos candidatos a MVP da Liga Turca.