O All-Star é apenas uma demonstração de basquetebol jogado em modo recreativo, o cúmulo do show-off. Pese embora a maneira descomplexada como decorre o evento, muitas lendas ganham vida com ele.

Sabrina Ionescu ganhou o concurso de triplos da edição de 2025 do All-Star da WNBA. 11 lançamentos concretizados de enfiada impulsionaram-na para os 30 pontos que obteve na final, contra Allisha Gray. Assim, tornou-se apenas na segunda jogadora a conquistar o troféu de rainha dos tiros exteriores em mais do que uma ocasião. O prémio monetário de $62,575 vai ser repartido entre a fundação que tem em nome próprio e Sonia Citron, uma das suas adversárias que teve “coragem” suficiente para aceitar o desafio no ano de estreia na WNBA.

“Liguei ao Steph Curry depois do concurso e mostrei-lhe o troféu. Da última vez que estivemos aqui, ele ganhou-me”, partilhou a jogadora das New York Liberty, uma das mais mediáticas da WNBA. A chamada com intuito de produzir alguma inveja no jogador dos Golden State Warriors foi feita a partir de Indiana, cidade onde no ano anterior Sabrina e Steph mediram forças com o jogador com mais triplos marcados na história da NBA a levar a melhor.

Em 2023, Sabrina Ionescu ganhou pela primeira vez o concurso de triplos da WNBA. Normalmente, estes logros têm importância relativa para o que vem a ser a real disputa pelo campeonato, mas a vitória desse ano teve um aparato diferente ao ser conseguida com a melhor pontuação de sempre. A base alcançou os 37 pontos, recorde da WNBA e da NBA.

Steph Chambers

No ano seguinte, durante o All-Star da NBA, foi convidada a defrontar Steph Curry. Ambos lançaram à mesma distância. A única diferença foi o tamanho das bolas, mais pequenas no caso de Ionescu. O resultado foi nivelado (29-26) e o momento reservou um lugar na história do All-Star.

Cogitou-se se Sabrina Ionescu ia ter direito à vingança um ano depois. A NBA tentou reformular o evento. A ideia seria que Caitlin Clark se juntasse a Sabrina Ionescu e Klay Thompson fizesse dupla com Steph Curry. Aparentemente, Caitlin Clark queria que a sua primeira participação num concurso de triplos fosse no All-Star da WNBA, em Indiana, casa da equipa que representa, as Fever. O 2x2 acabou por não se realizar. Ironicamente, Clark lesionou-se e não conseguiu lutar pelo epíteto de melhor atiradora contra Ionescu.

Sabrina Ionescu abriu caminho para a massificação dos lançamentos exteriores – inclusive, marcou praticamente do meio-campo o triplo da vitória no jogo 3 das últimas finais – e Caitlin Clark tornou-se a cara da WNBA graças a tiros desde o parque de estacionamento. A WNBA está mesmo a passar dos limites (da linha dos três pontos).