Este domingo, joga-se o jogo grande da última década da Premier League. Apesar de o número de troféus não o espelhar, Manchester City e Liverpool, liderados por Pep Guardiola e Jurgen Klopp, bateram-se ao longo de nove épocas pelo papel de líder do futebol inglês. Uma rivalidade acesa que, em 2024/25, não está ao nível de equilíbrio que veio a demonstrar.

Klopp saiu do Liverpool, mas Arne Slot, seu substituto, não está a mostrar qualquer necessidade de adaptação àquele que é tido como o melhor campeonato do Mundo. Antes pelo contrário: os reds são líderes da nova fase de liga da Liga dos Campeões, sendo a única equipa com cinco vitórias em cinco partidas, e, no campeonato, já levam oito pontos de vantagem face ao segundo classificado, o Manchester City. Já os citizens, que até começaram bem o ano, estão a atravessar um momento desastroso. Cinco derrotas e um empate nos últimos seis encontros, a pior série da carreira de Guardiola, deixam os skyblues em posição frágil por várias competições. No campeonato, isto significa que os dois emblemas, primeiro e segundo à entrada da 13.ª jornada, estavam separados por oito pontos.

Trata-se de um valor que não se via há cinco anos. A última vez que o líder do campeonato levava tal vantagem no final da ronda 12 da Premier League foi na época 2019/2020. O Manchester City, com 55, até levava uma diferença maior para o topo da tabela, de nove pontos, Leicester e Chelsea somavam mais um e, na frente, com 34, estava... o Liverpool. No final da época, os reds acabaram com um jejum que já durava há 30 anos e foram, pela primeira vez na era Premier League, campeões.

Uma vitória do Liverpool garantiria 11 pontos de avanço sobre o rival City e uma vantagem de nove pontos no topo da tabela no final da 13.ª ronda. Se tal suceder, será a maior vantagem em... 31 anos. Ou seja, na segunda edição da Premier League, ainda com 22 equipas.

À jornada 12, o Manchester United liderava com 31 pontos, mais nove que o Norwich e o Arsenal. Um empate a zero entre os segundos classificados permitiu que os red devils aumentassem ainda mais o fosso na classificação. Vivia-se muito equilíbrio, com o Everton, em 11.º, e o Norwich, em segundo, separados por quatro pontos. O United estava num campeonato à parte, com 11 pontos de vantagem, e lá se manteve: não houve ninguém que roubasse a liderança aos comandados de Sir Alex Ferguson entre a quarta e a 42.ª ronda.

Aconteça o que acontecer, uma coisa é certa: nenhuma liga é decidida à 13.ª jornada. Ainda que o Manchester City fique a 11 pontos do topo da tabela, a distância não deixa, à partida, o tetracampeão de fora da luta. Na Premier League, há exemplos disso mesmo: Em 1992/1993 e 1995/1996, o Manchester United fechou desvantagens de 12 pontos para chegar ao título. O Arsenal foi ainda mais longe: em 1997/1998, os gunners anularam uma diferença de 13 pontos para os red devils e sagraram-se campeões.