Uma expulsão cedo condicionou o Liverpool, que, frente ao Fulham, treinado por Marco Silva, empatou 2-2, na 16.ª jornada da Premier League.

Não há como falar da partida sem dar destaque aos minutos somados por Robertson. Foram apenas 17, mas suficientes para traçar o destino do encontro. Foi logo ao minuto 11 que Andreas Pereira, assistido por Antonee Robinson, finalizou para a baliza de Alisson, com a bola a bater no defesa escocês e a trair o brasileiro. Seis minutos depois, uma receção desastrada do lateral-esquerdo do Liverpool isolou Wilson e não restou qualquer alternativa a Robertson senão rasteirá-lo. O Liverpool estava em desvantagem no marcador e no relvado, com o vermelho direto exibido ao defesa.

Apesar de ficarem reduzidos a 10, os reds não procuraram esconder-se do jogo. Muito pelo contrário: Arne Slot não promoveu qualquer alteração defensiva e a equipa da casa cresceu para cima do adversário, ainda que sem conseguir criar perigo. Ao intervalo, os comandados de Marco Silva lideravam a partida e, mesmo sem bola, estavam mais confortáveis que o adversário.

Depois do descanso, o Liverpool voltou com o ímpeto que o líder do campeonato tem de ter para manter essa margem. E quando a equipa está em forma, com poder coletivo alicerçado nas figuras individuais, tudo se torna mais fácil. Foi com base nesses princípios que, aos 47', uma jogada coletiva deixou a bola nos pés de Salah, que, com um cruzamento perfeito, encontrou Gakpo em mergulho para o empate. Foi a 100.ª assistência de Salah no Liverpool, a 13.ª na atual temporada. O empate deixou a equipa e os adeptos entusiasmados. Com Anfield ao rubro, os comandados de Arne Slot pressionaram e Gakpo, Salah e Luis Díaz podiam ter feito a reviravolta. Nesta fase, com o 1-1 no marcador, o banco do Liverpool tornava-se protagonista... para o bem e para o mal.

Em busca de mais posse de bola na frente, Arne Slot colocou Quansah na lateral direita, com Alexander-Arnold a aparecer mais no meio-campo, só que o jovem central de 21 anos esteve diretamente ligado ao balde de água fria que Marco Silva promoveu nas margens do Rio Mersey: uma jogada coletiva terminou nas costas do defesa, Robinson cruzou e Rodrigo Muniz, também ele substituto, encostou para fazer o 2-1. A pressão aumentava e a ideia de ter Alexander-Arnold mais perto de zonas de último passe deixava de fazer sentido para o neerlandês. E, da perspetiva do Liverpool, ainda bem, porque para o lugar do internacional inglês, entrou Diogo Jota, que, aos 86', recebeu, tirou o defesa do caminho e fez o 2-2, que não sofreu mais alterações.

É a segunda vez consecutiva que o Liverpool perde pontos na Premier League, depois da igualdade a três com o Newcastle na última ronda. Quem sorri é o Chelsea que, agora com o mesmo número de jogos (ainda vai jogar, mas o Liverpool tem uma partida em atraso), está a quatro pontos do topo da tabela. O Arsenal, pelo contrário, não se aproximou, ao empatar a zero com o Everton.

Se as estatísticas servissem para dar vitórias, tinha sido uma goleada. 77% de posse de bola para o Arsenal, mais do triplo dos passes (682 para 209) e apenas dois remates dos toffees, ambos contra a defesa. O Everton pouco ou nada fez para vencer, contudo, apesar de muita posse, os gunners continuam a mostrar muitos problemas no que diz respeito à finalização. Destaca-se também a exibição de Pickford, com cinco defesas, que impediu que Bukayo Saka marcasse ou assistisse, ele que foi o mais inconformado dos da casa.

Por seu turno, o Newcastle conseguiu, frente ao Leicester, dominar como o Arsenal... mas com golos. Dos 27 (!) remates efetuados pelos magpies, mais 23 que os foxes, quatro terminaram nas redes adversárias. Na primeira parte, só Murphy marcou, a passe de Gordon. O mesmo Gordon voltou a estar no início da jogada que terminou com Hall a servir Bruno Guimarães para o 2-0, já na segunda parte. Aos 50', Isak faturou, também a passe de Hall e, 10 minutos depois, assistiu para o quarto, que foi o segundo da conta pessoal de Murphy. Vitória sem dúvidas.

Bem mais dramática foi a vitória do Ipswich, que começou a vencer logo ao minuto 15, após caricato autogolo de Doherty. O O Wolverhampton, que começou a partida com Nélson Semedo e Toti Gomes em campo, ainda contou com Gonçalo Guedes na segunda parte e com papel importante: foi dos pés do internacional português que saiu o passe para Matheus Cunha empatar e fixar o resultado final em 1-1. Ou, pelo menos... era o que se esperava: quatro minutos depois dos 90, na última jogada da partida, Clarke bateu canto pela esquerda e Taylor, nas alturas, cabeceou para garantir a segunda vitória do Ipswich na Premier League.