Decorreu este sábado, na Tribuna VIP do Estádio do Dragão, mais uma edição do Dia do Clube, um evento que pretende celebrar os 20 anos da conquista da segunda Liga dos Campeões e da segunda Taça Intercontinental. André Villas-Boas fez questão de marcar presença, recordando também ele as alegrias vividas ao longo desse ano especial.

"Passaram 20 anos sobre dois jogos que catapultaram o FC Porto para o grupo dos clubes mais titulados internacionalmente. O FC Porto é o clube português que mais troféus internacionais levantou e o maior representante do país. Passaram 20 anos de dois nomes que ficaram tatuados na pele do Dragão: Gelsenkirchen e Yokohama. 2004, que ano, que saudades", atirou o atual líder do FC Porto, detalhando depois ao pormenor as memórias da caminhada que culminou com a conquista da Europa em Gelsenkirchen, onde também ele participou ativamente enquanto elemento da equipa técnica de José Mourinho. 

"Sócio do FC Porto e treinador das camadas jovens tornado olheiro da equipa principal. Nome de código: Robsonzinho. Analisei in loco os adversários em três jogos diferentes. Levaram-me a percorrer toda a Europa de papel e caneta no bolso. Na nossa caminhada até à final, vimos jogar e deixámos para trás jogadores como Zidane, Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos, Figo, Paul Scholes, Van Nistelrooy, Giggs, Cristiano Ronaldo, Essien, Malduda, Evra, Morientes, entre outros. Montes de DVD's e relatórios produzidos, que solenemente deixávamos no cacifo de cada um dos jogadores. Jogadores de calibre diferente dos nossos. Sabiam tudo de ante-mão. Quando chegava a hora de ver se alguém tinha levado os relatórios para casa, estavam todos dentro do cacifo ainda. Perguntem ao Jorge Costa... No entanto, era no vídeo que o foco prendia as atenções. Não tanto pelo conteúdo técnico-tático, mas porque terminava sempre com uma comédia ou uma sátira sobre alguém da comitiva, o que fazia as delícias da equipa técnica e dos jogadores. Brincadeiras à parte, nessa equipa vivia-se um sentido comum, um propósito bem vincado e uma confiança sem paralelo", recordou André Villas-Boas, lembrando que naquela equipa "vivia-se um propósito bem vincado e uma confiança sem paralelo, com Jorge Nuno Pinto da Costa à cabeça, suportado pela mestria de um treinador português astuto e diferenciado como José Mourinho".

Villas-Boas deixou ainda palavras elogiosas para o grupo de jogadores que integravam esse plantel, alguns deles presentes na plateia, como Jorge Costa, Pedro Mendes e Maniche. "Entre Vítor Baía, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Ricardo Fernandes, Pedro Mendes, Deco, Alenitchev, Derlei, Carlos Alberto, Costinha e McCarthy, entre tantos outros, que privilégio termos sido brindados como tantos e grandes atletas. Nesse ano em que transitamos das Antas para o Dragão, as bancadas transbordavam fé azul e branca. A certeza e confiança na equipa era total e formou-se uma simbiose única entre todos e foi essa crença que nos fez acreditar e chegar até à final. Gelsenkirchen, 1-0, 2-0, 3-0, apito final, vitória", referiu o presidente, terminando com a certeza de que a mensagem que levou ao sucesso em 2004 se mantém viva no clube 20 anos depois. 

"Bem hajam por esta iniciativa, que a mesma se projete no tempo, neste ou noutros lugares, e que seja sempre representativa de um movimento orgânico dos associados e adeptos do FC Porto. Um dia e um local onde se respira o Porto, as suas histórias, a sua génese e o seu futuro. Unidade e vitória foi a receita de 2004 e é e sempre será no futuro. Viva o FC Porto", finalizou André Villas-Boas.