A UE exprime o seu "profundo desacordo" com o que denuncia como um "questionamento" da forma como está a ser gerida a ajuda humanitária que forneceu às vítimas das graves inundações que atingiram o país, disse um porta-voz do serviço diplomático da União.
"A UE decidiu, por conseguinte, retirar o seu embaixador de Niamey para consultas em Bruxelas", acrescentou.
Salvador Pinto da França é o embaixador da UE na República do Níger desde 01 de setembro de 2022.
Numa declaração emitida na sexta-feira, as autoridades de transição do Níger condenaram o facto de a União Europeia ter concedido 1,3 milhões de euros de ajuda humanitária, sem as informar previamente.
"O embaixador da UE no Níger redistribuiu unilateralmente" esta ajuda às ONG "à revelia dos princípios de transparência e de boa cooperação com as autoridades nigerinas competentes", refere o comunicado, acrescentando que foi solicitada uma auditoria à gestão dos fundos em questão.
Por seu lado, a UE declarou que "deseja continuar a apoiar a população", segundo o seu porta-voz.
"A ajuda humanitária é essencial, é fornecida de forma neutra, imparcial e independente, e é implementada pelas agências das Nações Unidas e por organizações internacionais e ONG. Nada deve justificar a utilização da ajuda humanitária para fins políticos", acrescentou.
O regime militar do Níger tem relações difíceis com os europeus, nomeadamente com a França, a sua antiga potência colonial.
As relações diplomáticas entre Paris e Niamey estão praticamente interrompidas desde que os generais chegaram ao poder através de um golpe de Estado, em julho de 2023, derrubando o Presidente Mohamed Bazoum.
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