Em represália a uma resolução da AIEA que acusa o Irão de falta de cooperação nesta matéria e que envenena as suas relações com os países ocidentais, Teerão anunciou, no final de novembro, a colocação em funcionamento de novas centrifugadoras para o seu programa nuclear.

"Aumentámos as nossas capacidades (nucleares) e é natural que o número de inspeções aumente", sublinhou o chefe da Organização da Energia Atómica do Irão (OEAI), Mohammad Eslami, citado pela agência oficial Irna.

Um relatório confidencial da AIEA, consultado na sexta-feira pela AFP, afirma que o Irão aceitou o aumento das inspeções.

O Irão aumentou consideravelmente as suas reservas de materiais enriquecidos e elevou o limiar para 60%, próximo dos 90% necessários para fabricar uma arma atómica, tal como definido pela AIEA, o organismo de vigilância nuclear da ONU.

Numa carta dirigida ao Conselho de Segurança da ONU, a França, o Reino Unido e a Alemanha evocaram a possibilidade de voltar a aplicar certas sanções - agora levantadas - contra o Irão, a fim de impedir o desenvolvimento do seu programa nuclear.

O Irão defende o seu direito a utilizar a energia nuclear para fins civis, nomeadamente para a produção de eletricidade, e nega que pretendam desenvolver armas nucleares.

Em 2015, o Irão concluiu um acordo com a França, a Alemanha, o Reino Unido, a China, a Rússia, os Estados Unidos e a União Europeia para regular o seu programa nuclear.

Em contrapartida, o texto previa um abrandamento das sanções contra Teerão.

Mas em 2018, Donald Trump, então Presidente dos Estados Unidos, retirou unilateralmente o seu país do acordo, que Teerão cumpria de acordo com a AIEA, e restabeleceu pesadas sanções contra o Irão.

Desde então, Teerão tem vindo a intensificar o seu programa nuclear.

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