"Propusemos um cessar-fogo de Natal e uma grande troca de prisioneiros. É triste que o Presidente Zelensky tenha claramente rejeitado e descartado isto hoje. Fizemos o que pudemos", escreveu o chefe do Governo húngaro, que preside ao Conselho da União Europeia (UE) até ao final de dezembro, na rede social X.
Orbán referia-se a uma chamada telefónica com Zelensky, na qual terá sido discutida a possibilidade deste cessar-fogo, depois de ter falado também por telefone com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Contudo, Zelensky já rejeitou a ideia de que tenha havido sequer uma conversa sobre uma pausa nas hostilidades durante o período natalício.
"Como sempre, o lado húngaro não discutiu com a Ucrânia e, como sempre, a Hungria não avisou (a Ucrânia) sobre as suas conversas com Moscovo", esclareceu Dmytro Lytvyne, conselheiro da presidência ucraniana, numa mensagem divulgada aos 'media'.
Por seu lado, num comunicado, Moscovo limitou-se a dizer que Orbán, durante a chamada telefónica com Putin, se mostrou interessado em conseguir uma solução diplomática e política para o conflito, "através dos seus contactos com líderes ocidentais".
Nessa conversa, segundo o Kremlin (presidência russa), Putin denunciou "a linha destrutiva do regime de Kiev", por excluir uma "resolução pacífica" para a situação na Ucrânia.
O Kremlin confirmou ainda que Putin e Orbán, para além de terem falado sobre a guerra na Ucrânia, discutiram ainda a cooperação energética entre os dois países.
Em resposta, Zelensky acusou Orbán de prejudicar a "unidade europeia" com a conversa por telefone com Putin sobre o conflito.
"Ninguém deve promover a sua própria imagem à custa da unidade" e "a unidade na Europa foi sempre a chave", defendeu Zelensky, para quem "não pode haver discussão sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia sem a Ucrânia", frisou numa mensagem publicada na rede social Telegram.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
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