A 5 de dezembro de 1917, o major Sidónio Pais, lente da Universidade de Coimbra e embaixador da república portuguesa em Berlim até à declaração de guerra da Alemanha a Portugal (março de 1916), liderou uma revolução que, ao fim de três dias de combate, afastou o governo de Afonso Costa e forçou a resignação do presidente Bernardino Machado. Perante o vazio de poder, Sidónio Pais assumiu-se como o principal protagonista da “República nova”, que significou um corte com os primeiros anos da I República.
Chefe do executivo a 11 de dezembro e Presidente interino desde 27 de dezembro, Sidónio Pais passou a andar sempre fardado e compôs uma figura com traços de populismo. A sua ideia era impor um sistema presidencialista e uma República social e ordeira que integrasse todos os afastados pelo exclusivismo de Afonso Costa, entre estes, católicos, socialistas e monárquicos. O regime presidencialista instaurado por decretos ditatoriais não foi porém capaz de contrariar a grave crise económica e social, acentuada pela participação de Portugal na grande guerra.
A 14 de dezembro, o presidente Sidónio Pais foi assassinado na Estação do Rossio, onde ia apanhar o comboio para o Porto para procurar acalmar a agitação entre as forças militares do norte do país. Pouco depois da sua morte, correu o boato que terá dito, no momento fatídico em que foi alvejado, “Morro bem, salvem a Pátria!”, o que contribuiu para a construção do mito em torno da figura.
Um diálogo descontraído em torno da História, dos seus maiores personagens e acontecimentos. 'A História repete-se' não é uma aula, mas quer suscitar curiosidade pelo passado e construir pontes com o presente. Todas as semanas Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho partem de um ponto que pode levar a muitos outros... São assim as boas conversas. Oiça aqui outros episódios: