Os 'jihadistas' sírios e os seus aliados conquistaram cerca de 50 localidades numa vasta ofensiva no noroeste da Síria, aproximando-se da grande cidade de Alepo e provocando pelo menos 240 mortos, 24 civis, anunciaram esta sexta-feira organizações humanitárias.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) relatou um "avanço meteórico" dos rebeldes, que lançaram um ataque contra as forças governamentais, atacando cerca de 50 localidades.
Estes são os confrontos mais violentos desde 2020 no noroeste da Síria, onde a província de Alepo, em grande parte controlada pelo regime de Bashar al-Assad, faz fronteira com o último grande bastião rebelde e 'jihadista' de Idlib.
Um responsável do regime sírio indicou que o exército "enviou reforços" para Alepo, mas garantiu que os atacantes "não chegaram aos limites da cidade".
O grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) -- a Organização pela Libertação do Levante, também conhecido como al-Qaeda na Síria - e grupos aliados, alguns próximos da Turquia, começaram a ofensiva na quarta-feira à noite, mas os principais combates aconteceram já hoje, tendo a aproximação a Alepo sido feita esta manhã.
Segundo o OSDH, sediado no Reino Unido mas com uma vasta rede de fontes na Síria, 24 civis foram mortos na sexta-feira, incluindo 19 em ataques de aviões russos, aliados do regime, em zonas rebeldes.
"Eles estão a menos de dois quilómetros da cidade de Alepo", avançou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane, em declarações à agência de notícias francesa AFP. A cidade, a segunda maior da Síria, foi bombardeada pela primeira vez desde há quatro anos.
"É estranho ver as forças do regime receberem tais golpes apesar da cobertura aérea russa (...) As forças do regime dependiam do [grupo xiita libanês] Hezbollah, que está atualmente ocupado no Líbano", argumentou Rami Abdel Rahmane, referindo-se à recente guerra entre Israel e o movimento libanês, aliado de Damasco.
O Irão é outro forte aliado da Síria, país no qual Teerão se envolveu militarmente, enviando conselheiros, a pedido das autoridades locais, para apoiar o Presidente Assad durante a guerra civil síria.